Há algo de eterno na efemeridade,
como se o brilho fatal da ilusão
ofuscasse as portas da percepção
para a miséria da ruga e da idade.
Há algo de efêmero na eternidade,
quando envolta nas brumas da razão,
pois o "homo sapiens" desta dimensão
é um escravo da temporalidade.
Na delirante procura do eterno,
as projeções dos seres merencórios,
forjam os deuses, os céus e os infernos...
Mas o poeta vê, ao meditar profundo,
que nas asas de um verso transitório,
pode voar e pisar em outros mundos.