Meus olhos de mar
desaguam nos teus
e a rosa purpurina
alça voo com o vento.
Vai até onde é o nosso
amor e lá se deposita
à espera de um afago
de uma mão solitária.
Andorinhas rasam a
janela de meu quarto
e parecem elogiar
meu ser alegre e vivo.
Chamo-te para o pé
de mim para que
contemples a beleza
que a natureza nos dá.
De mão dada andamos
como dois namorados
que se querem muito
bem quando acordamos
da ilusão de nosso ser
amado e buscamos na
realidade o que seja
uma verdade nua e crua.
Quem diz desta água não
beberei quando tudo
é homogéneo e recíproco
com as águas de uma fonte?
Teus cabelos revoltos
cingem-te a nuca
e desmaiam por cima
de teus ombros.
Acordo para o sonho
muito antes de me saber
e és tu quem me espera
junto à colina dos silêncios.
E escutamo-nos de frente
de olhos nos olhos
sorrindo ao nosso bem
-querer que nos fala.
Jorge Humberto
21/05/10