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À vida já nada cobro

 
Tags:  esperança    liberdade    infância    trigo    abundância  
 
À VIDA JÁ NADA COBRO

Em amarelo de trigo maduro
Se tornou meu chão verde da esperança
Do Céu vieram promessas de azul puro
Algumas ainda bem vivas na lembrança

No meu Sonho há liberdade
Volto sempre que quero à infância
A matar esta saudade...
Que trago em mim em abundância.

Já tudo é grão de poeira
Um terço de contas rezadas
Escoa-se a Vida, queira ou não queira
Varrida p'los ventos como folhas amareladas.
Sou passeante neste destino
De cansaços me perdi
E é nesta saudade sem tino
Que revivo tudo, nada esqueci.

Meus olhos são cor da terra
Dum verde que não a esquece
Quando um nevoeiro os cerra
Logo mais o Sol aparece.
Mas ainda assim sou afortunada
Tenho Stº António por meu padrinho
Sendo eu sua afilhada
Ele me deita a mão no caminho!

Deixo meu desespero rasgado
À vida já nada cobro
Sabe o destino, que p'rá aqui ter chegado
Entre alegria e tristeza me desdobro.
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Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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1909
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 21/05/2010 15:38  Atualizado: 21/05/2010 15:38
 Re: À vida já nada cobro
SAbe Rosa, tão intenso... por vezes nossas esperanças se amarelam, como as páginas do nosso livro da vida, ora esquecida, ora perdida, mas se os olhos verdes ainda veem e leem as páginas da nossa história se tornam eternas.Bjus imenso, adorei demais.


Enviado por Tópico
Runa
Publicado: 21/05/2010 18:01  Atualizado: 21/05/2010 18:01
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Usuário desde: 24/04/2010
Localidade: Santo Antonio Cavaleiros
Mensagens: 1174
 Re: À vida já nada cobro
Sempre recordamos a infância como uma época de felicidade e liberdade, mas estamos condenados a nunca lá voltar... a não ser através das asas do sonho. Isso, ninguém nos pode tirar.

1 Grande Beijo


Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 21/05/2010 18:14  Atualizado: 21/05/2010 18:14
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: À vida já nada cobro p/Rosa
As lembranças de uma época, dão-nos o alento para continuarmos.
Contigo já esgotei todos os adjectivos.

bj
Eduarda


Enviado por Tópico
Moura365
Publicado: 21/05/2010 19:11  Atualizado: 21/05/2010 19:11
Colaborador
Usuário desde: 23/10/2009
Localidade: Rio tinto-Porto
Mensagens: 2284
 Re: À vida já nada cobro
Querida amiga

Mais um texto de uma intensidade suprema, como sempre nos habituaste.

Gostei muito!

Beijinhos grandes

Gil


Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 21/05/2010 19:54  Atualizado: 21/05/2010 19:54
Usuário desde: 22/08/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 3357
 Re: À vida já nada cobro
Olá Minha amiga Rosa,

olha nem eu, e da maneira que isto anda quem nos cobra a nós são os governantes, qualquer vamos andar em cuecas...eheheheh

mas falando a sério do teu poema, já se esgotam as palavras para uma escritora de fados como tu.
bem hajas

beijinho enorme
do tamanho dos nossos distritos.


Enviado por Tópico
varenka
Publicado: 21/05/2010 21:18  Atualizado: 21/05/2010 21:18
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Usuário desde: 10/12/2009
Localidade:
Mensagens: 4210
 Re: À vida já nada cobro
Que bonito é a tua poesia!Eu fico a te admirar!


Beijos!

Varenka


Enviado por Tópico
Beija-Flor76
Publicado: 21/05/2010 22:56  Atualizado: 21/05/2010 22:56
Membro de honra
Usuário desde: 23/02/2010
Localidade: PORTUGAL
Mensagens: 2080
 Re: À vida já nada cobro
mais um poema de fino recorte tricotado pelas mãos da grande poetiza da saudade.
dou razão à são quando diz que é uma escritora de fados, pois ficariam lindos em vozes como Mariza, Dulce pontes ou Camané..

Um beijo grande para si e para a sua netinha.


Enviado por Tópico
carolcarolina
Publicado: 21/05/2010 23:31  Atualizado: 21/05/2010 23:31
Colaborador
Usuário desde: 24/01/2010
Localidade: RS/Brasil
Mensagens: 9299
 Re: À vida já nada cobro
Querida aMIGA
Poetisa Rosa!

Tem dias que as esperanças ficam amarelas mesma.
Então só resta mesmo irmos nos desdobrando entre as alegrias e as tristezas e tocarmos nossa vida.
Sempre lindo o que encontro por aqui.
Bjinhos
♫Carol