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hippeastrum hybridum.

 


. façam de conta que eu não estive cá .







dentro dela, digo de mim, habita um coração árvore, com raízes a pender-lhe, -me, corpo abaixo e ramos a sair-me, -lhe, pelas axilas. andava inquieta, digo ando, por dentro a nascer-lhe, -me, uma palavra: amor. a cabeça voltada para sul. dentro da paisagem ele, preso à memória de um futuro feliz, com ela, digo eu. pergunto-me onde estará, que outros rostos o vejam, que outros corações o amam. ela, digo-me eu, não sabe o que fazer, a planta dos pés floresceu. queria partir, digo quero, mas insiste-lhe, -me, o beijo não dado. que a, me, levem os ventos, outras rotas felizes, soltar os cabelos e ouvir o coração. ela, eu, não sabe que o amor quando nasce por dentro não parte.






 
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Margarete
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Enviado por Tópico
Amora
Publicado: 21/05/2010 01:34  Atualizado: 21/05/2010 01:34
Colaborador
Usuário desde: 08/02/2008
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 Re: hippeastrum hybridum.
Eu por mim me deixo ficar nas suas considerações íntimas e são espelhos dos que mais gosto de frenquentar.
( o amor quando nasce por dentro não parte )

Beijo Mar.


Enviado por Tópico
Xavier_Zarco
Publicado: 21/05/2010 10:01  Atualizado: 21/05/2010 10:01
Membro de honra
Usuário desde: 17/07/2008
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 Re: hippeastrum hybridum.
Cara Margarete,
Já o escrevi, mas volto a fazê-lo: é refrescante lê-la. Há no que escreve uma candura violenta e neste seu poema tal é novamente patente, sobretudo pelo uso da primeira e da terceira pessoa. Um querer estar e um querer observar; um olhar de dentro e um olhar de fora. Excelente poema.
Um beijo
Xavier Zarco

Enviado por Tópico
Caopoeta
Publicado: 24/05/2010 01:00  Atualizado: 24/05/2010 01:00
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 Re: hippeastrum hybridum.
consegues enaltecer a palavra,de tal modo que os que por cá moram,os que leram, ficaram constrangidos.


o que digo;
da parte de dentro para fora,da parte que não se ouve mas que se sente.

um beijo.

Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 24/05/2010 01:27  Atualizado: 24/05/2010 01:27
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Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: hippeastrum hybridum. para mar
um balsamo que me suavizou agora,mais do que nunca.ler-te.porque quando se escreve seres humanos,ler-te faz parte de os saber.

abraço
e saudades já

alex