Luso-Poemas
 
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mar

 
se regresso houver, que traga a luz da esperança, para que clareie as razões deste retorno adiado. as noites, por aqui, têm sido longas e sólidas de negrume. é nos ponteiros do relógio, que sigo com tremor, e vejo nas badaladas as imagens que esperarei reencontrar em cada momento que as penso, como uma tortura inesgotável, onde posso imaginar as tuas paisagens de azul encantado. também quis dizer-te as palavras que ousaste ouvir da minha boca, também quis ser-te a maior estrela do céu que cobre esse corpo torneado de esperanças caídas e vontades esquecidas. se houvesse amanhã no rosto do sal que guardo certamente que seria o caminho dos passos recuperados. ainda sinto o teu sabor da desolação espalhado pelo tempo.

Eduardo Montepuez
http://montepuez.blogs.sapo.pt/

O meu último livro:

"O Espírito Tuga" - LUA DE MARFIM (2011)


 
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Enviado por Tópico
SamuelC
Publicado: 19/05/2010 20:18  Atualizado: 19/05/2010 20:18
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Usuário desde: 18/08/2009
Localidade:
Mensagens: 3
 Re: mar
Há momentos da vida que não abandonam a memória ;)

Enviado por Tópico
Margarete
Publicado: 19/05/2010 22:15  Atualizado: 19/05/2010 22:15
Colaborador
Usuário desde: 10/02/2007
Localidade: braga.
Mensagens: 1199
 ao eduardo.
como a um poema também a ela lhe faltavam duas pernas com que fugir, hábeis como as asas de um pássaro. como a um poema também a ela lhe faltava uma boca com que gritar os silêncios rente ao chão ou ao céu. quase sempre só como um poema, quase sempre pobre em rimas e versos, quase sempre triste. parcialmente ela. faltavam-lhe poemas onde pernoitar. abrir as mãos ao vazio e correr, correr com os braços e as pernas para trás até ao momento em que aprendera a chorar.

um beijo,
mar.

p.s.eu

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