Nós vivemos, crescemos, escolhemos, fazemos tudo o que pensamos ser possível para sobrevivermos.. Mas ainda assim, no final de tudo, a certo ponto das nossas vidas, nós julgamos não ter feito nada disto. Não ter tido a chance de optar, de viver de forma consumada, de crescer à nossa maneira, sem intervenções. Limitamo-nos a culpar o destino pelas nossas escolhas, por termos simplesmente acabado na situação em que estamos neste exacto momento. De todas as pessoas que conheço, e não são poucas, não conheço uma única que esteja plenamente contente, começo a achas que essa felicidade é efémera, e talvez até seja.. Mas ainda assim, não conheço uma que se culpe plenamente pelo simples facto da sua vida não ter dado certo.. Porque talvez.. Talvez seja mais fácil culpar os outros pelos nossos próprios erros.. Esquecer por míseros segundos que fomos nos que inicialmente escolhemos o ponto onde estamos, que vimos a vida a passar em frente dos nosso olhos e não a soubemos agarrar com os dois braços, apenas chocamos com a mão e vimo-la a ir-se embora. Mas acho que no fundo no fundo toda a gente sabe que, em certa parte, tem culpa. Do silencio, o amor que não é como os poetas cantas, é um monstro que nos tem à sua mercê; da falta de personalidade, da falta de vivências, do inferno que a sua vida se tornou. Talvez todos nos deveríamos pensar que não é tudo o destino. Porque o destino não escolhe por nos. Apenas nos obriga a escolher.