Todo rosto
tem seu desvio.
Eu,
tenho o meu bigode
como destino atravessado
entre o respirar e o suspirar.
Todo rosto
tem seu desvio
confundindo o seguir a fio
e interditando as possíveis vias.
Eu,
tenho o meu bigode
a sambar no ritmo da saudade
içada pela boca dançarina.
Todo rosto
tem seu desafio
oculto nas entrelinhas dos olhos
voltados para o fosco silêncio.
Há também um fosso
escondendo na escadaria de dentes
a imperfeição do momento eterno.
* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.