Feito doce
escorre pelos olhos
e meiguice do açucar candy.
Feito gente grande
ensaia movimentos
para disfarçar a criança
escondida sob a nebulosa de cabelos.
Feito mulher
enfeitiça momentos
adocicados na grande rede doce.
Feito poeta
escrevo versos moles
a tentar abrandar a rigidez
dos dias de amanhã, de sempre.
Feito noite
abarca todas as estrelas
para dentro da cabeça de vidro
onde nem mesmo a luz tem entrada.
Feito algodão doce
tece a sobremesa de ontem
para os diabéticos do amor.
* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.