Deitei o braço
calmo e esperançoso
sobre o futuro de um amor.
Deitei os sustos
e revi calmo e sinceramente
os bilhetes poéticos deste amor.
Deitei os sonhos
num travesseiro de pedra
e continuei a bem querer este amor.
Não foi de um repente
que me senti trancafiado em calor
nos braços ardidos deste novo amor.
Nada tenho a esclarecer
sobre esta minha nova maneira
de amar sobre um colchão-rochedo
e sair leve, com o corpo recheado de algodão.
* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.