Poemas -> Droga : 

o vômito ilícito

 
o demônio arrebatou minha cabeça
com as mãos geladas
eu olhei para ele
com as pálpebras arregaladas

ele cortou minha pele
e abriu minha boca com a boca dele
e vomitou nela
um vômito que gela

depois desse dia nunca mais fui o mesmo
tento achar-me mas me achar é andar a esmo
e além disso, minha vida sendo um sonho
viciei no vômito do demônio

eis ali num cantinho
uma vomitada seca do capeta
latrina mais perfeita
do que a nicotina dum careta
“uma dessas eu não perco” – pensei
então eu peguei, deschavei, enrolei e fumei
essa desgraça
esse esterco
muito massa!



Úmero Card'Osso



Úmero Card'Osso

 
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