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Re: A ARTE DE SER PALHAÇO
Olá Tristepoeta Obrigada pelo comentário e pelo elogio!
Quanto ao soneto e sua composição, transcrevo um pouco do que sei e do que pesquisei e deixo aqui o link de um site para quem quiser aprender mais sobre a história do soneto: http://www.sonetos.com.br/historia.php
Realmente, o soneto criado no século XIII, na Sicilia, cantado na corte de Frederico II, constava de uma oitava e dois tercetos.
Muito mais tarde Luis de Camões e William Shakespeare, deram, cada um a seu modo, um toque de Mestre. Entretanto, Camões conservou o estilo italiano de 2 quartetos e 2 tercetos (4+4+3+3) e Shakespeare compunha os seus com 3 quartetos e um dístico (4+4+4+2).
O soneto - italiano ou inglês - tem 14 versos e a composição com 10 sílabas poeticas é a mais usada, entretanto, hoje em dia ja se escreve os versos dos sonetos com 7 ou 12 sílabas poeticas.
Importante nos lembrarmos que a poesia é viva e como tal está sujeita a pequenas modificações ao longo do tempo e o poeta tem liberdade para criar.
Como o soneto Camoniano (italiano) é o mais conhecido, vou me estender um pouco mais sobre o soneto inglês.
O esquema rítmico adotado nos sonetos de Shakespeare é bem uniforme, sendo da forma “ababcdcdefefgg”, mantida ao longo de seus mais de 150 sonetos. Um exemplo:
Soneto XVII
Who will believe my verse in time to come If it were filled with your most high deserts? Though yet heaven knows it is but as a tomb Which hides your life and shows not half your parts.
If I could write the beauty of your eyes And in fresh numbers number all your graces, The age to come would say, `This poet lies: Such heavenly touches ne’er touched earthly faces.’
So should my papers, yellowed with their age, Be scorned like old men of less truth than tongue, And your true rights be termed a poet’s rage And stretched metre of na antigue song:
But were some child of yours alive that time, You should live twice, in it and in my rhyme
Tradução: Ivo Barroso
Um dia crer nos versos meus quem há-de Se eu neles derramar teus dons mais puros? No entanto sabe o céu que eles são muros Que a tua vida ocultam por metade.
Dissera o que de teu olhar emana, Teus dons em nova métrica medira, Que acharia o porvir então: “Mentira! Tais tratos não retratam face humana.”
Que mofem pois deste papel fanado Qual de velhos loquazes, e a teu ente Chamem de pura exaltação da mente E a meu verso exageros do passado.
Mas se chegar a tua estirpe a tanto, Em dobro hás-de viver: nela e em meu canto.
Tradução: Jorge Wanderley
Quem crerá nos meus versos algum dia, Se tanto louvam tuas qualidades? Mas sabe o céu que são a tumba fria A te esconder a vida e só a metade
Dizem de ti. Se teus olhos, somente, Ou tuas graças todas eu cantasse, O futuro diria: “O poeta mente, Que o céu não toca assim humana face.”
E então os meus papéis já desbotados Seriam - como velhos falastrões - Encarnecidos e os teus dons deixados No esquecimento de banais refrões:
Mas terás, se um teu filho viver tanto, Dupla vida: no filho e no meu canto.
Espero ter contribuido, de alguma forma, com quem, como eu, é apaixonado pelos sonetos
Pesquisa
Dicionário de Rimas da Língua portuguesa - José Augusto Fernandeshttp://www.sonetos.com.br/historia.phphttp://www.unicamp.br/iel/site/alunos ... icacoes/textos/s00001.htm
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