O Elefantino era um indivíduo grande em todos os aspectos. Era mesmo enorme. Grandalhão das orelhas até ao sentimento. Era tão grande que fazia sombra às árvores. Era tão, tão grande que conseguia chorar e rir pelos amigos todos. O Elefantino era tão grande como os grandes todos de que é feita a memória.
Nos dias da sua vida, que corriam entre os outros como se quisessem passar a qualquer custo, dançava mais ou menos depressa como se não quisesse fazer mais nada. Era coisa de doido varrido mas, que não desenhava nenhum mal... que mal nunca fora do seu conhecimento.
O Elefantino era feliz. Não era importante se o deixavam ser porque fazia parte da sua natureza grande. Tinha um sorriso do tamanho do mundo. Nunca o ensinaram a sorrir, nascera assim.
E o tempo andou, andou, andou... e andou...
Hoje, quando falo do Elefantino, tenho que usar a forma verbal da memória. Ele minguou. Perdeu tamanho. Ficou anão. Consumiram-no e coseram-lhe os pés no chão.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.