O insulto é a arma dos fracos, talvez seja
Se alguém é insultado por palavras imundas
É natural que a resposta à altura ela esteja
Guardada em nós onde a dignidade abunda.
Tenho a minha dignidade, e a quero respeitada
Que ganhamos nós quando a imundice fala?
Não podemos, eu não posso ter palavras meigas
Para alguém que tem a educação em baixo da escala
Há umas semanas disse que se eu fosse provocado
A minha resposta seria abrupta sem contemplação
Por isso não me venham acusar de ter contemplado
Alguém com palavras que não se dizem nem a um cão.
Sem que o faça por o merecer a provocação continua
Querem que fique calado? Neste tribunal não há Juiz
Serei obrigado a clamar compreensão na minha rua?
Não! A resposta para esses, vai a seguir lhes colo ao nariz.
A. da fonseca
Versos íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa ainda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
DO GRANDE POETA
AUGUSTO DOS ANJOS