Contos : 

NAS NOITES DE LUA CHEIA

 
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Nas noites de lua cheia, havia uma grande alegria na minha rua. Às calçadas, eram palcos, onde os mais velhos se assentavam a contar histórias fantásticas, entre elas, a da “Cumadre Fulôzinha”, por alguns chamada de “Caipora”, e a “Mula sem cabeça”, além de tantas outras fábulas e causos. Encantavam- me e me faziam estremecer... Perder o sono! Os antigos falavam que, quando os caçadores adentravam a mata, a tal Fulôzinha fazia com que eles se perdessem, para judiar deles. E ainda, que, a malvada “Caipora”, costumava dar nós nos cabelos, de quem estava perdido na mata, tanto quanto, nos rabos dos cavalos, além de bater muito neles... E haja estórias! Eu me perdia em meio às fantasias, com bastante temor de tudo que ouvia. E chegando à hora de dormir, me cobria dos pés a cabeça, com medo dos personagens fantasmagóricos. Assentada ao chão da calçada, recostada nas pernas do meu avô, em uma bela noite de lua, meio aos risos e gritos eufóricos dos ouvintes dos causos e estórias , adormeci.
Agora, eu era uma miniatura de gente, pequeníssima, adentrando a mata, montada em um formigão. Que bom! A comadre Fulôzinha não pode nos ver e nem dar nós no rabo do meu formigão – eu pensava – . Assim, eu assistia a tudo bem de perto, os animais passavam para lá e para cá, sem nos perceber.
Valente, peguei carona subindo às costas da serpente que parou bem pertinho a mim, sem me perceber. Era como se eu estivesse surfando em cima de um metrô – isso nos dias de hoje –.
Uau! Que brincadeira legal! A serpente chocalhava a cauda, como que querendo dizer: sai da frente! Tal qual, uma buzina...
No seu requebrado rápido, muito rápido... Seguia e nós, nas suas costas: eu e o meu cavalo – o formigão –, sem cela, sem arreios... Mata a dentro! Embora dia claro, quanto mais entrávamos na mata, mais ficava escuro. Houve um momento então, em que, pareceu ser noite. Comecei a enxergar com dificuldade. O meu cavalo, formigão, começou a querer voltar, o medo começou a fazê-lo tremer... E eu, com ele! De repente, vi dois faróis brilhantes dentro do mato a olhar pra nós, a serpente parou e começou a se enroscar e a chocalhar a cauda com vigor... Gritei: Cuidado formigão o trem vai descarrilar!...
Um miado enorme se fez ouvir mata a dentro... O gato do mato em pulos de destreza infinita, brigava com a serpente, que ágil, dava botes tentando acertá-lo em vão. Rolamos no seu lombo e caímos... Foi então, que ouvi a mamãe falando para o meu vô: – Coitadinha!... Ah! Papai, ela dormiu encostada a sua perna e caiu... Vou levá-la para a cama!
– E, eu, assustada com o tombo, falei meio adormecida: – Ainda bem, que consegui sair da mata! E o meu amigo, o formigão, mamãe?
– Que formigão, minha criança? Durma com os anjinhos... Mamãe estar aqui!
– Ah! O meu formigão... Não vou mais vê-lo...
– Hoje, depois de tanto tempo... Fico perdida em pensamentos, com as doces lembranças do meu tempo de infância.

EstherRogessi,Conto: Nas noites de lua cheia, categoria: Narrativa /05/10
EstherRogessi. Frase: Abraço quase fatal. Categoria: Narrativa. 31/07/09.
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Quando descobri o que sou para Deus a opinião da oposição, a meu respeito perdeu o efeito; quando me conscientizei do que Deus é para mim dispensei intermediários.

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Esther
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