Primeiro:
Vaidade, a quê pode servir a vaidade, tenho para mim que faz parte da futilidade, é algo de inútil.
É uma forma de se mostrar superior, num modo relativo, por aquilo que fez. É o EU, a arrogância, é o seu umbigo.
E há a segunda, aquela que não prejudica quem quer que seja
Não tenho pejo em vos dizer que também sou vaidoso, mas vaidoso sem arrogância, não me gabo do que faço, sou modesto e até acusado, amigavelmente, claro, de o ser em demasia.
Mas vaidoso, nesse caso, como? Sempre o fui. Tinha vaidade em mim, sentia-me feliz de bem me vestir segundo as posses dos meus pais, mas também propriamente, para ir ao baile, ao cinema, em passeios e não fazer má figura ao lado dos outros jovens, esta minha vaidade não era prejudicial a quem quer que fosse.
Ainda hoje sou assim, menos do que quando era jovem, mas não gosto de me apresentar não importa como, quer em reuniões, quer em passeios, quer quando sou convidado para o que quer que seja.
Agora passar o meu tempo a dizer ou a escrever, eu fiz isto, eu fiz aquilo, tal dia vou fazer noutro lado, não!
Eu não sei se Vaidade faz parte dos sete pecados mortais, mas sei que Modéstia, faz parte das sete virtudes vitais,
Nunca gostei de falar de mim, só por brincadeira, de maneira séria, não. Devem de ser, aqueles que me conhecem a dizerem de mim quem sou.
Dou um exemplo profissional.
Quando estava na vida activa, a sociedade para a qual trabalhava tinha a Sede em Marselha e agências em toda a França, eu estava na agência de Paris.
Certo dia e não sei por qual carga de água, foi recebido na agência de Paris e creio que nas outras também, uns questionários a preencher.
Fui chamado aos escritórios assim como outros colegas, foi-nos apresentado os tais questionários.
colegas meus que resmungaram e os preencheram eu recusei de o fazer porque achei que não deveria de ser eu a dizer quem era, mas sim os meus superiores que já me conheciam havia já alguns anos.
Ameaçaram-me de despedimento no caso que não o preenche-se, aceitei o repto, não os preenchi e terminei a minha carreira nessa sociedade anos depois por doença.
Porquê ser eu a dizer, eu sou isto, eu sou capaz de fazer aquilo, a minha personalidade, não, nunca fui vaidoso, nunca gostei de me gabar, há quem o faça, bom, que tirem daí proveito
A. da fonseca