O estigma do viver desgastado,
Do rosto vergado ao existir,
As feições do doar alcançado
São rezados silêncios do evoluir.
Sois brilhantes de aconchego
Acendendo estrelas em nós,
Cuidam do nosso desassossego,
Em súplica de rogada voz.
Ai solidão que a luz me levas,
Cede-me o gosto da lembrança,
Que do desalento me entregas,
Uma lágrima doce da esperança.
A morte tanto nos demora,
Quando o viver pesa demais,
O frio consome o calor da aurora,
A noite segura o desespero dos ais.
Ao silêncio entrego o grito,
Da alma que parte sofrida,
Á amargura de um peito aflito,
Rogo a Deus o perdão da vida.
O medo da dor já parte,
Á luz aconchegante de uma estrela,
Uma vela ilumina o final da tarde,
A escuridão trás a carícia de tê-la.
Ao silêncio entrego o grito,
Da alma que parte sofrida,
Á amargura de um peito aflito,
Rogo a Deus o perdão da vida.
Ai solidão que a luz me levas,
Cede-me o gosto da lembrança,
Que do desalento me entregas,
Uma lágrima doce da esperança.
@ SPA – Viagens -Eduardo Jorge, em 2 de Outubro 2009