Psicólogos natos
Predestinados ao labirinto.
Quando o assunto é sentimento
O que conta não é a intensidade
E sim a duração.
O que o trance uniu
Nenhum homem separa.
E enfim nos reconhecemos
Depois de a eternidade
Ter começado e recomeçado tantas vezes
Antes de chegarmos aqui nesse proseado.
Não há como ter força infinita
Mas se se está em acordo com o infinito
As pequenas ações trazem ele consigo.
Periculoso talvez
Talvez depois me açoitem
Maldito traidor espernearão
Como ousaste amar tanto?
Como ousaste dar-nos o elixir dos imortais
Se és pra escolha incapaz?
Infeliz cachorro
Exageradamente sincero
Inescrupuloso e irresistível
Como ousaste nos seduzir?
Como ousaste nos decifrar e satisfazer
Pra depois nos fazer correr?
Ai dama sagaz
Me engula o galanteio
Ele suspirava
Me deixa te elogiar
Me deixa dizer as coisas
Inspiradoras
Que mesmo descorrespondidas
Me alimentam de movimento
Me deixa te congratular
Por teres mantido as linhas
Esguias
De tuas filosofias
De mãe ursa.
Ela vagava pelo mundo
Desatenta ao fato de que
Do outro lado do bairro
Um sonhador semeava na imaginação
Uma deusa perfeita que tinha os exatos traços dela.
Então na esquina inesquecível
Ele veria ela de relance
Por um instante
E se perguntaria se estaria sonhando ou acordado
Se a vida não era a armadilha mais doce
Se o amor não era o sabor mais estranho.
E nunca mais se veriam outra vez
Não senão nos sonhos
De alegria mais apaixonados
De que jamais se lembrariam ao despertar
Como uma vida não lembra de si ao começar.