A fonte perdida sem água verteu
as últimas gotas secas no chão
espera agora uma chuvada forte,
ainda este ano com sorte.
sinto secura na boca,
meus lábios secos estão
a língua até doí quando lhe toca,
e o som que faz é mais que oca.
Que sede! e eu sem fonte nem água,
nem chuva tenho nem me molha a mágoa,
seca as imperfeitas peles rosadas
raio!, não há vento nem nada de chuvadas!
não há nada!
Iolanda Neiva
(muitas vezes falo só para mim,
e escrevo para que alguém me ouça)