Amarra-me as mãos, não deixe que eu lhe toque
Instiga-me, faça-me muito mais lhe querer
Aperta-me contra teus seios e me sufoque
E com seu olhar, venha ao meu corpo percorrer...
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Venda-me, faça com que eu não consiga lhe ver
Perfuma-te, fazendo com que pelo quarto eu te siga
Mas não me deixe lhe agarrar, pois quero enlouquecer
Tentando encontrar há este corpo que me abriga...
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Pois depois usarei meus lábios como ferramentas
Sendo envolvente, e mais picante que a pimenta
Depositando meus beijos nos confins de teu corpo...
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Mas se ainda achares muito pouco
Vasculharei a sua identidade feito um louco
Deixando-lhe por desejos novamente sedenta...
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Dispa-se então, mostra-me este teu mundo
As estradas sinuosas que percorrerei sem me cansar
Serei um cosmopolita em seu prazer profundo
Nesta qualidade em que me faz te amar...
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Pois quero entre meus afins, a tua bunda e coxas
Em movimentos circulares quando nos encaixarmos
Com menta na saliva, e minhas mordidas te deixando roxa
Numa plenitude, quando então o apogeu alcançarmos...
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Eu quero que tu venhas comigo nessas loucas horas
Cavalga-me então, crava-me tuas esporas
Enquanto sorvo os teus seios, alucinado...
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Agarra-me com as pernas, bem apertado
Que eu sigo em você ainda encaixado
Até que no horizonte surja a aurora...
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Então me morda aos lábios bem lentamente
Peça-me que eu lhe agarre de frente, agarre-lhe por traz
Pois vou beber a água pura de tua vertente
Mostrando que minha língua também lhe satisfaz...
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Mesmo que seja oral, ou até mesmo intuitivo
Quero o nosso suor em plena intensidade
Lubrificando nossa pele, fazendo-me tão vivo
Onde alcanço em ti, toda a minha cumplicidade...
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Pois teu corpo é meu eterno desatino
A qual eu selarei para sempre o meu destino
Focalizado por tua suave transparência...
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E mesmo que eu haja por conveniência
De tua alma farei a minha residência
E de tua voz farei o meu hino...
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Provoca-me então novamente se puder
Ensina-me aos teus atalhos tão saborosos
Quero uma, duas, três, tudo o que vier.
Quando me defrontar com estes seus jogos perigosos...
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E diante o espelho, onde nossa imagem se clausura
Não consigo me conter com tamanha excitação
Então como cavaleiro, eu desfaço-me da armadura
E finco-lhe minha lança, para lhe dar satisfação...
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Só assim minha pele confabula com a sua
Fazendo sussurrar os pelos e a carne crua
Todos os sabores, malicias e pensamentos...
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Aqueles que fluem nos bons momentos
Fazendo-nos calar sem argumentos
Por reverenciar a pele nua...
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São ensaios de uma gincana erótica
Onde o apelo é um engodo irresistível
Se forem travessuras, depende de tua ótica
Que mira reticente, a este jogo aprazível...
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Que num voyeurismo, estimula-se com nossas silhuetas
E elas zombam encarnadas, figuradas na parede
Tão estranhos movimentos, tão diferentes facetas
Bebendo de maneira oculta, o licor que mata minha sede...
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Então neste vai e vem, sinto-me ressumando
E suas unhas em minhas costas o couro rasgando
Quando este orgasmo entre nós se perdurar...
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É de uma intensidade de fazer chorar
Pois neste deleite, vejo nossas lágrimas derramar
Pelo jogo de prazer, ao qual estivemos brincando...