Acordo todas as manhãs com o pequeno-almoço na cama e um bilhete "Adoro-te.". Conduzo até ao trabalho acompanhada com as minhas músicas preferidas, gravadas num CD, que me foi dado sem razão especial. Uma mensagem com um beijinho cheio de amor enquanto me concentro no meio de tanta papelada, sabe tão bem.. Chego a casa e recebo um abraço apertado como se não nos víssemos desde a semana passada. Passamos o jantar a falar do nosso dia, de situações engraçadas que assistimos no trabalho, do mau-humor do nosso patrão, ou do que a vizinha comentou na ausência do outro. O serão é passado a ver um filme agarrados no sofá, ao calor da lareira. Ainda sem sono, mas porque amanhã é dia de trabalho, vamo-nos deitar e somos como duas crianças debaixo dos lençóis.. gargalhadas, cócegas, mimos e amor até suarmos.. Adormeço nos seus braços com um beijinho na bochecha e "Boa noite, meu amor. És perfeita.".
Ainda assim, em todos aqueles momentos de alegria e tristeza, pareceu-me ver-te sempre ao longe a observar-me, com um sorriso ligeiro nos lábios, como quem está feliz ou torce por mim. Nessas alturas, sinto os meus olhos tristes que procuram a tua foto no fundo da minha carteira. E não resisto em olhar-te e imaginar-me tocar-te, sentindo o desespero de (já) não te ter. E foi porque assim teve de ser, que te foste embora, deixando-me sozinha com um homem que me ama e sabe que não é amado, porque os meus olhos são dele, mas o meu coração será sempre teu.
Dalila