Poemas : 

«« Praga ««

 
Se eu cantar em alta voz, cantarei o meu
Sangue, jorrando da garganta em chaga
Cantarei, uma mulher morta, a saga
De uma planície, que um dia viveu

Os sonhos de outros, o Inverno gemeu
Num frio cortante, uma promessa em praga
Um grito da alma, vazia a malga
Remoendo a fome, uma mulher morreu

Aqui e ali, gravado no chão sem brilho
Estampado nos rostos, olhar de gentio
Aqui e ali, presos os sonhos de um filho

Que se foi na guerra, sem nenhum pavio
Se eu cantar em alta voz, é meu gatilho
Solto no ar, sem arma e muito cadilho.

Antónia RuivoOpen in new window


Ler mais: http://www.escritatrocada.blogspot.com


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
Texto
Data
Leituras
785
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 14/05/2010 08:40  Atualizado: 14/05/2010 08:40
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: «« Praga ««
um soneto forte que reclama da terra e do sangue das suas gentes.
beijo

Enviado por Tópico
Julio Saraiva
Publicado: 14/05/2010 10:06  Atualizado: 14/05/2010 10:06
Colaborador
Usuário desde: 13/10/2007
Localidade: São Paulo- Brasil
Mensagens: 4206
 Re: «« Praga «« p/Alentejana
antónia,

não conhecia o seu lado sonetista. fortíssimo soneto. eu diria e digo - magnífico. cortante.

um beijo,

j.

Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 14/05/2010 10:53  Atualizado: 14/05/2010 10:53
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: «« Praga ««p/alentejana
Fortissimo e soberbo soneto, onde a terra grita o regresso nunca anunciado.

bj
Eduarda