Tudo posso no escudo que carrego!
E não nego, tenho no peito o aço
E na boca, um fio de mormaço
São de nuvens os olhos que te entrego!
São castiçais iluminando a noite,
Como o luar a iluminar o gato
Um poema é insuficiente e ingrato
Dando à rima o castigo do açoite!
Lá na janela o velho a espiar
Os erros do mundo dos humanos
E vindo a gritar, gritar, gritar!
Valha-me Deus que mundo tirano!
São então de estrelas maculadas
As noites das liras malvadas!
Ledalge
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)