Proféticas as cabeleiras dos astros arrefecidos
a esvoaçarem dispersas sobre a pele macilenta.
Não mais esperar pelo fim das tardes,
nos cantos celestiais de primitivas aves -
que neles se engoliram e se afogaram bicos alarves,
em epopeias de saudades.
Da boca em chamas, ecos uivantes.
Lenta e pachorrenta, a fogueira acesa das vaidades
engole todas as cores, sob a palidez sinistra
do alabastro, em reminiscências sideradas
e no decante de galerias ocas.
Nos ares, ao sabor das ventanias de veios verticais,
minhocas circulantes erguem-se diabólicas
à contradança da fuligem dos tempos esvaziados.
Na origem,
nos anais do horizonte de púlpitos repassados,
não mais papoilas, amoras rubras, doces uvas…
… apenas águas fluviais e a nudez plástica das conchas
vingadas ao murmúrio dos gestos latos e fartos,
dum Infinito riscado a espuma e giz.
E apagado, de si e da raiz. Sem glória!
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