É um milagre
Que sorri de volta.
É o sabonete molhado
Escorregando entre os dedos.
É a certeza
De que tudo faz sentido.
É o destino
Que não perseguimos
Pois ele nos persegue!
É a irmã e a mãe
A musa e a distante.
É a voz doce
Da cascata láctea.
É o bom gosto
A origem do samba.
É uma miragem
Dum deserto impiedoso
Do qual não se quer sair!
É a terra prenha
O anzol dos anzóis.
É a canção sem som
A perfeição mais cabível.
É o supremo quadro
Que não se pode tocar.
É oceano frágil
Trazendo e levando
Só por se deixar respirar!
É o olho mágico
Do pórtico último.
É a marca maior
Rubrica do onipotente.
É a experiência filtrada
O melhor molde sabido.
É tudo e mais um pouco
O mistério dos mistérios
Que mal se sabe o porquê
Mas sempre sorri de volta!