Na orla do mar flores beiram a água
e as dunas espraiam-se ao sol neste
conjunto de um quadro diurno
que enche os meus sentidos de pureza.
Conchas e algas são arrastadas pelas
ondas até ao areal molhado e ávido
de vida que serpenteia qual animal
marinho dando à costa marginal.
As rochas estão carcomidas pelo tempo
pedaços gigantes e fluentes caem à
água movimentando as fases das marés
no fluxo e refluxo do mar existente.
Teus lábios salgados procuram os meus
e a aurora boreal enfeita a noite de
nosso dia que de mil cores se vai vestindo
espaço etéreo que me compraz mais o néon.
Raso os meus olhos na água e sou
aquele que observa tudo por fora
enquanto te espera neste espaço pictural
onde caminhamos de mãos dadas.
Jorge Humberto
11/05/10