Tudo cabe na mesma rima,
Da sílaba ao verso popular,
E o poema é como a esgrima,
Fresta por onde corre o ar.
O sol se põe e se levanta,
Num ritual bem ancestral,
E é minha a voz que canta,
A natureza do reino animal.
Eu sou o poeta da natureza,
Aquele que vê sem ver decerto,
Pois duma coisa tenho certeza,
Só vê quem tem o livro aberto.
Aprendi muita coisa, aqui e ali,
Acautelei-me dos inimigos,
E, hoje, porém, dou por mim,
Cercado de meus amigos.
Nesta trova com ou sem rima,
Procurei dar o melhor de mim,
Vivemos num mundo sem estima,
Onde cada um quer saber de si.
Uma palavra de esperança
Vos deixo, como balões no ar,
Guardem o sorriso da criança,
Para que a podeis estimar.
Jorge Humberto
25/07/07