A linha que separa o mundo é tão tênue
É imperceptível, é sutil
Não é a Linha do Equador
Que separa o mundo de lá e o de cá
Nem a linha de pescar onde o peixe se despede da vida
Não é a linha com cerol que degola as carótidas
Nem a Linha de Tordesilhas que asfixia brancos e índios
Não é a Faixa de Gaza onde há açougue de homens
Nem a faixa de pedestres, onde se atropelam
Quando se pisa fora dela
O chão todo estremece
E a Linha de Fogo vira terremotos que dilaceram
Não é a marca invisível no colchão que separa o casal
Não é o medo de pecar ou de se salvar
Não é o maniqueísmo
O limite entre o bem e o mal
É astuta como a raposa
A linha que separa o mundo é o ódio implacável
A ira inexplicável
Rondando sorrateira em meio à humanidade.
JOEL DE SÁ
10/05/2010.