Poemas -> Surrealistas : 

Argila e Lágrima *

 
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Moldei um novo rosto
no barro fresco do incerto
e reescrevi meu antigo jeito de caminhar:
trôpego e feliz.

Mergulhei de novo
no antigo rosto pra resgatar
o bom rosto quase esquecido no incesto.

Descobri num quase surto
que de novo em meu rosto
só residem as marcas do cansaço,

as surras da enciumada realidade,
a este barro que me inunda
até a alma.

* Série de Poemas manuscritos nos anos 70, período da ditadura militar no Brasil, por um jovem poeta Anônimo.

Arte por Carol Carter.
 
Autor
AjAraujo
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