Esta história já tem muito tempo
Mas nunca foi esquecida
Pois contou-me o próprio vento
Na sua voz cheia de vida:
Era nessa altura
O tempo da criação
E a terra, antes dura,
Desabrochou de contentação!
Brotaram botões
Do baço chão,
De mil formas e colorações
Que a Deus demonstraram a gratidão.
Deus tão formosas as achou
Que a dar-lhes nomes principiou:
“A ti dar-te-ei o nome de Rosa
Serás a flor do amor,
Vermelha e viçosa,
Levarás também a promessa da dor”
“Tu serás a Margarida
Dos prados a mais brilhante
Serás a flor querida,
E na primavera sempre deslumbrante!”
E assim continuou
A uma, Violeta chamou,
A outra deu o nome de Dália
Mas, na confusão, de uma se esquecia:
“Não me esqueças!”
Acabou a flor por pedir
Já estava lavada em pranto
A pobrezinha!
Mas a sua voz era tão fininha,
Que Deus não a conseguiu ouvir.
Por fim, Ele terminou!
Mas eis que ouve alguém clamando
E, dando-lhe atenção, assim a consolou:
“Minha pequenina, não pereças,
Já não tenho nome para ti,
Mas chamar-te-ás “Não me Esqueças”
O azul do céu terás
Assim como o branco da paz;
Os vivos consolarás
E os mortos acompanharás.”
Agora escuta o que o vento diz:
“Assim nasceu a flor azul e branca
Tão linda,
De seu modesto nome Miosótis.”
Estando esta história agora finda.
Poemas originais por Tânia Oliveira (Direitos reservados)