Ali, todos são condenados, e às vezes, pensa, também ele próprio, e até, talvez, o seu amo. De relance, olha cada um na descida. Os olhos procurando no escuro o próximo passo. As mãos fugindo às paredes, babadas por lesmas brancas, que, passeando-se também no tecto, desenham uma estranha abóbada celeste à luz fraca do candeeiro. No fundo, abre a porta sem chave, apenas com um toque. O tempo fica estático, e um empurrão decidido executa a punição. Vira costas e regressa, pois, a porta aprendeu a fechar-se sozinha.
Boa semana!
Garrido Carvalho
Abril '10