A podridão da minha pessoa repugna-me
Ao ver tão triste acto
Revolta nunca foi ponto de fuga
Tomo isso como um facto
Mas é real facto
Que tu também pecas-te
Tanto ou mais de veras
Me repugnas-te
Grito bem alto a teu ouvido
Que já estou farto de ser Santo
Já nada disto faz sentido
Já sem teu colo derramo
A angustia de um longo pranto
Por cidadelas vou berrar
Por campos vou saltar
Por multidões vou estagnar
Este compurtamento raso
De um mero cão de pasto
E este cão corre feliz
Tentando agradar ao dono
Mas depois para, chora e diz
Que está farto de ser lodo
Ser lodo repugnado
Ser enternamente escravizado
Ser estrela na penunbra
Tapada por seu mais amado
Lodo que chora ao ver
Seu mais querido sofrer
E chora ao saber
Que este outro dele não quer saber
Podridão social
Esconde nosso comportamento
De pedra, cal e medo
Fuga do triste Ledo
Lodo ledo por ti
Lodo triste por mim
Fugiu sem saber
O porque de sofrer
Mundo desigual
Puramente banal
Trsite melacolia
De mais um dia dual