Em barco me deito e espero o mar,
moeda em balanço de afogamento solitário,
dourado em castelo de coral
que frio, de longe, ao rubro, no escuro,
me pese a sombra desfeita pelo luar.
.
De mim me despeço muro alto
que se espeta no meu peito,
redondo pirilampo, fugaz.
.
Roda o vento no centro sombrio,
esgueira-se pela questão do tempo
o olhar capaz de hipnotizar
qualquer torcicolo do horizonte manso.
.
Nas tuas vestes compreendo a magia
de captar o olhar sofrido do cavaleiro
que transformo em cada passo que dou,
com amor casto, dramático, final.
.
Escuto as desculpas que sopram de dentro
onde as palavras lutam fora das mulharas
vagabundas, sem apreço.
.
Acendo o pavio e queimo a voz
com pitadas de transparência louca...
e com desejo azul, quase perfeito,
quase ondulação no fim,
mergulho nas ondas de ti.
.
Abro a porta de madeira quente,
corro na origem das tuas mãos
feitas à medidado meu coração
e escrevo-te pedaços de oceano
onde és resgate frágil
para a minha alma perdida!
rainbowsky
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