Poemas : 

Luminárias encobertas

 
Enfeitei-me de luzes
Mas elas não brilharam
Nem sequer iluminaram
Minimamente

Baças e opacas
Sem filamentos de um núcleo
Néon deste tempo e do próximo
Iodetos do consenso

Acolhi-me na penumbra
O sinal era específico
A mensagem rectilínea
Intermitente

No lusco-fusco
Raptei-me
E me retirei de mim
Naquele escuro intenso

Nem o carvão
Ou outra motorização
Acalentaram o infinito sinal
Vagamente

Não houve claridade exposta
Recolheram os enfeites
O irradiar não vingou
E ao farol cobri-o com um lenço


António MR Martins

2010.05.08


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
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António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
cleo
Publicado: 08/05/2010 02:16  Atualizado: 08/05/2010 02:16
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Localidade: Queluz
Mensagens: 3731
 Re: Luminárias encobertas
Credo!
... tanta escuridão faz mal aos olhos da alma!

Tenho ali uma gambiarra que decerto daria um resultadão

Agora a sério
Está um nadinha negro, mas sente-se que foi escrito na claridade do espírito.

Beijo