O feroz, de machado nas mãos,
Apresenta-se como algoz
Aos meus e teus irmãos
Que, imóveis por medo atroz,
Se sentaram ao lado de um cesto de cabeças...
E muitas lá estavam com olhos, línguas e tranças
Tão inertes como a inércia das lembranças.
O feroz, de peito feito
Impõe-se sem voz
E com movimento de respeito,
À urgência de afastar o nós do vós...
Nós de forma decepada ou pendente
Vós de forma rainha ou importante.
Olhos e olhos esbugalhados
E cordas vocais a saltar aos molhos
Lá vão agraciando todos os decepados
Com desconcertados urros,
Achaques do fundo dos curros,
Ou atropelos atirados aos murros...
Enfim, tudo o que chega de todos os lados.
E assim
Morram, morram, morram
Que de morrer se faz a vida plebeia,
Cheia, cheiinha de mórbida vontade feia
Chegada em orlas com fins de negro.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.