Sou um mutilado,não como o moderno igualitário
Cedo admito,resisto mas lamento
Enquanto rebanhos hipócritas alimentam legiões aleijadas
Permaneço aprisionado,regurgitam eufemismos.
Empurrado até o banal,trinco e ranger metálico.
Da rotina o implacável constrangimento
Feridas rolam sobre órbitas nos olhares passivos,
Pequenas constelações desfeitas.
Ossos partem-se,mostram-se desnudos,
Irreconhecível paródia esquelética.
Mergulho em sangue,solitário arrasto a comovente mágoa,
Perco-me na dor.
Longe admiro o firmamento apodrecer lento
Ao dissabor do inexorável final cíclico
Interrompo o êxtase,sorrio diante da morte
Na cadeira de rodas.