Sou o hermafrodita crucificado,
A penúltima parábola.
Feridas consomem os membros atrofiados da desesperança,
Abandonado contemplo do alto
Os mitos mortos masturbando-se.
Não posso reconstruir o sorriso da criança
Na desfigurada imagem que amparo.
Sem espectadores para lágrimas ou saudações divinas
Apenas decomposição percorre o suplicante olhar
Que atravessa atá o âmago da lembrança.
Sou o hermafrodita crucificado na aurora fugaz,
Não existem verdades.
Tudo passou para que bacantes herdeiras abaixo do solo fertilizassem dor e mágoa
Corrompendo terra sagrada.
Não posso reviver a criança,erguer o corpo frágil
Torno-me carne podre junto as lágrimas incompreendidas do meu espelho solitário.