Uma lágrima ingrata rolou do meu rosto
E me perguntou, por que rolei?
Eu disse: és a dor do meu peito
És o meu líquido d'amor que deslizei...
Caíste sombria dos olhos meus
Ao passo lerdo e sem remorso
Ó lágrima santa, lágrima!
Despe-me a cor dos olhos!
Uma lágrima ingrata rolou entre meus lábios
E o seu sal me alimentou as entranhas
Como um bebê que alimentado
Dorme em sossego e clama
Uma lágrima fria me arrepiou
Neste triste redemoinho de sonhos
Onde quem mais chora limpa a alma
Choro minhas lágrimas puras e nuas
Choro no clarão da lua
Ah! como eu choro e me alivio!
Quedo meus sonhos por este casto líquido!
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)