Prosas Poéticas : 

DA JANELA

 
E as horas, minhas fiéis companheiras, me protegem do destino a que me submeto. Não vejo muito além do que o foco permite, mas diante dos compassos inexatos, permito-me castrar de dentro dos olhos a malfadada angústia. Aqui do lado da janela faz um frio intenso, que me corta a pele em frações de ansiedade. E o que devo olhar, se do espírito que me reveste, a nebulosa paz o açoita?
O ritmo cardíaco se descompassa e faz do sangue que me alimenta o vinho amargo ao fel da boca...há rumores lá fora de que não desejo mais ouvir...e a surdez que me acomete, me transforma no mais sensível dos seres.


"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)

 
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Ledalge
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Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 05/05/2010 21:57  Atualizado: 05/05/2010 21:57
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 Re: DA JANELA
Olá Núria,

...belo texto das horas fiéis, hino de sensibilidade quando bem lido (por dentro...)

abraço,
arfemo