Pessoas caminham sem um ponto
de referência, caminham para onde
lhe levam os outros, sem questionar
numa mansidão assustadora e zelosa.
Perdeu-se a auto-estima, ideias e
ideais, anda-se a reboque dos demais
na imitação barata que é esta vida
sem compromissos ou golpes de asa.
Já não há inovação, as ideias estão
fora de moda, e a omissão é o pão-nosso
de cada dia, cada um a ver quem
faz menos e recebe um sorriso no fim.
Ninguém se preocupa com esta inacção
sem pontos de acordo e lutas para
reivindicar o melhor para a vida de cada
um e assim seguem uns atrás dos outros.
Quais bonecos de papel amorfo que
se esqueceu no fundo do baú das
recordações informes e desleixadas
numa passividade que assusta a quem vê.
Pessoas caminham e não se vêem mas
estranhamente estão de mão dadas
nesta derrocada da sociedade civil
estranhos abutres querendo o seu bocado.
Jorge Humberto
04/05/10