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Com o chão atapetado de folhas,
o vento agitando os galhos,
das árvores no entorno das praças,
ouvindo o gorjeio de pássaros...
Iniciando mais uma caminhada,
em meio ao brando sol de outono,
com a chegada de Maio,
e de gerânios florindo a janela,
As trilhas de maio, como os rios
têm seus doces mistérios,
ora romances, vestidos de noivas,
ora sentimentos de melancolias,
Andarilho nestes rumos,
de translúcido horizonte,
na bonança após longos tormentos,
das fortes chuvas de notícia recente,
A passos largos, então:
Diviso, de um lado, a expansão
de meus sonhos, projetos, desejos
e, de outro lado, a contração
de pulsões contemplativas, reflexivas
Talvez essa onda melancólica
floresça na natureza bucólica
desta estação que produza imersão
ao lado dialético de uma pulsão
A imersão de vida vem questionar
Qual impulso tomar?
Qual sentido descobrir?
Qual rumo perseguir?
A pulsão de vida vem apontar
A direção a tomar
O sentido a encontrar
O caminho a alcançar
E, entre imersão e pulsão,
No imerso e no emerso,
Segue o poeta, cada passo vivendo,
com suas contradições debatendo
Pois, a vida não é uma estrada reta,
há muitas curvas, atalhos, sinais.
e, há que se viver de forma intensa,
mesmo que se pare nos cruzamentos ...
Parar, refletir, reavaliar os passos a dar,
Os caminhos a tomar, é uma forma
De conduzir a existência com serenidade,
Paixão, discernimento, ética e sabedoria
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em 4 de maio de 2010.
Arte por Michael Cheval.