Quem me selara um último beijo morto
Peço que se acuse, ou cale-se para sempre
Cansei-me desta pressa, deste desconforto
A insanidade é um filho que levo no ventre...
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Eu quero saber quem me jogara ao fogo
Saiba que não tenho medo, eu já estive no inferno
Joguei xadrez com o diabo, e ainda ganhei o jogo
E o fiz calar, no meio de seu fogo eterno...
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Hoje não há espada que me corte ao meio
Minha alma é mais que um quinto elemento
Você tem que ter por mim até um certo receio
Pois não ficarei presa entre blocos de cimento...
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Eu sou livre diante os teus braços que me envolvem
Quando quero ser surda, não há quem me faça escutar
Não adianta gritar, pois seus gritos de nada resolvem
Sou muito mais eu, sê nessa briga eu resolver lutar...
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Pois eu escarro para fora o beijo que eu não quis
Eu encaro seco aos olhos, de quem pretende me encarar
Sê este olhar fala, então eu não entendo o que ele diz
Tens que ser muito mais homem se pretenderes me olhar...
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Porquê eu amo ao impossível, pois gosto de ser difícil.
Gosto de flores azuis, e amo comida à francesa.
Sê tu te achas um avião, saiba que sou um míssil
Só gosto de objetividade, jamais aturei sutilezas...
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Não reclame se pretende aturar-me, sou mesmo assim
Como um produto completo, de alta concepção
Então não espere por um sorriso, quando faz algo por mim
Sendo tu um homem, não fez mais nada que sua obrigação...
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Eu quero é um alguém completo, e não um complemento
Já chega de peças ordinárias que me queiram consumir
Chegar a mim precisa ter mais que um simples argumento
Só entrego-me, se em ti um homem verdadeiro existir...
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Não sou rebelde, talvez uma revolucionária de meu direito
E quem é que esta disposto a ser homem o suficiente?
Estou cansada de falta de atitudes, e homens com defeito
Sê existe alguém que se habilite, eu peço que se apresente...