Poemas : 

A vila na nostalgia nocturna

 
Os candeeiros acesos
Acalmam o anoitecer da vila
As ruas desertificam-se

O silêncio é ainda mais intenso
Ouve-se a tosse dos sentidos
E o rosnar dum cão que pára à minha porta

Dá-se o regresso ao local de partida
Na jorna de cada dia repetida
No hoje amanhã e depois

Os locais continuam ilesos
Numa casa grita um miúdo reguila
E os jantares intensificam-se

À vila volta o bom senso
No comum dos sensos perdidos
De uma terra que fica morta

De quando em vez uma alma perdida
Procura a sua habitual saída
Para o caminho dos seus lençóis

Amanhã um novo dia começa
Retorna a agitação paralela
Construindo assim a peça
Que faz esta vila ser bela


António MR Martins

2010.05.03


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
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António MR Martins
 
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