Libertar “fantasmas”.
Abrir as grandes janelas de portadas verde-escuro de par em par e deixar entrar a brisa amena, morna, brisa que entra e procura em todos os recantos, cantos escondidos, atrás dos móveis, remoinho de cotão, procura-os, enxota-os, afasta o cheiro .. inodoro, a forma .. imperceptível, a cor .. incolor.
Varrer memórias penosas como se de pedaços de papel velho e amachucado no chão se tratassem.
Lixo. Puro lixo.
E começar de novo.
Recomeçar a acreditar, com alguma fé no que quer que seja, devagar, primeiro de "coqueras", joelhos no chão, uma mão que se ergue, um braço que se apoia no apoio mais próximo.
Enfim .. de pé.
E surpresa das surpresas .. ?! Não é que o mundo não parou?
Não é que tudo continua, igual, diferente, melhor ou pior, mas lá. Ainda ..
Sorriso nos lábios, é altura para aprender .. a queda dá uma perspectiva diferente da realidade na ponta do nariz. A perspectiva terrena e térrea e o desejo de voltar a erguer.
A confiança. Restaurá-la em papel fino, tracejado firme, de preferência a tinta da china.
Colori-la de novo em tons suaves. Acarinhá-la. E depois .. mantendo o inalterável e sincero sorriso nos lábios .. deixá-la voar, retendo na memória o cheiro a jasmim, a forma perfeita, a cor carmesim.