Mão.
Dinâmica e perfeita.
Exata ferramenta,
Da sintonia fina da minúcia
À força impensável e violenta.
Atalho ao divino quando posta
À outra que comunga em apelo.
A trilha do carinho que no peito
Nasceu e que por ela, agora imposta,
Irá levar o amor a quem se gosta.
Bendita desmesura em desvelo.
Intensa na cadência ritmada
Do dedilhar das cordas desse pinho.
Da energia, invólucro perfeito,
Que guarda a saudade num aceno,
Transforma-se em gesto obsceno
Ou faz de outra mão cálido ninho.
Mão.
Que vaga pela tua pele nua,
Estende-se no ar pedindo a tua,
Enxuga o pranto teu...
Devagarinho.
Frederico Salvo