Vem no murmúrio do vento em doce
lembrança o aroma perdido do saudoso
desabrochar da flor , sob o embalo da
verde esperança na alvura dos ares em
devaneios de dor.
Em montanhas de saudade, de palavras
cravadas na eternidade, recordando a cor
das manhãs sombrias, fenecendo os mares
da vida em arrefecidas melancolias.
Vem murmurando em sombras amenas,
transbordante em nuvens serenas, vem,
nem peço alegria, só paz e harmonia, nesse
relento sem regalia nas abas da nostalgia.
Em tempo que se sente essa distancia incontida,
das ternas e doces lembranças de uma vida
vivida, ruindo e idealizando sob as agruras da vida.
Assim permaneço e me refaço nesse ficar ou passo,
sempre em asas cadenciadas, pois sei, um dia
estarei calada..
Rosa Righetto
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