Viagem imaginaria nos corredores frios da solidão...eco de metal surgindo ao fundo da escuridão , avanço ou sento-me neste chão estilhaçado de vidros ?
Ventos cruzam a minha face pálida e uma lágrima gelada permanece imóvel no meu olhar calmo e sereno...as vozes longínquas ancoradas na prisão dos seus dias elevam-se num ar mortífero de ozono em suas espirais desconhecidas nos abismos ameaçadores do julgamento quebrado.
Brilho da manhã que afugenta a noite solitária...torneiras cristalinas lavando a doce alma podre de dor na TV surreal da sua chuva sem cor...assim se ditam as horas impacientes dum Mundo oculto.
Passeios calcários nas raízes da terra criam trevas nos seus caminhos...caminhos esses que nos seus estreitos labirintos analisam o crescimento minúsculo dum verde a colorir...trevo da maldade que amarga o paladar da bondade.
Noite que sente os dias como os dias que sentimos na noite...fazem-se recuar os passos que damos nos sinais do suicídio lento em quartos idealizados...forca da salvação aliviada em mentes adormecidas sem coração.
A melodia é intensa mesmo para quem nada sente a morte dura em suas vidas...esboço da alegria que se desvanece com o passar dos anos como as ternas e envolvidas lembranças perdidas.
Apodreço num espaço doente por mim idealizado...
Eu busco-te mas não te sinto... É tudo uma mentira... Eu sou uma mentira... É tudo ou será...morte?
"Lé-me , ó Leitor , se te agrada ler-me , porque muito raramente regressarei a este mundo."