Melífluas fragrâncias orientais
Mescladas a um desejo indolor
Dos sonhos em palácios de cristais
Devagarzinho, de flor em flor
Embalsamando almas e corações
Roçando o relvado como monções
Indianas em Ganges de vertentes florais.
Jorram poesia as fontes em alegria
Numa tarde que arde em mágica azul
Pássaros rumando ao hemisfério sul
Fazendo a parte final do espetáculo do dia.
Vocábulos rodopiam num céu de rimas
Em busca de uma oração quase perfeita
Mãos lapidam o que vêem as retinas
De maneira abstrata, subjetiva e rarefeita.
Olhos se perdem em um transe profundo
A procurar o que ninguém ousa desvendar
Fazendo renascer dentro do ser outro mundo
Onde se pode, num segundo, as estrelas beijar!
Gyl Ferrys