O véu da tarde em furtacor sombria,
veludo róseo enegrecendo o dia.
Do magistral luar que o céu escala,
um cão uivante e um corvo negro gralha.
O negror da treva pavorosa invade
a alma poética que canta covarde.
Vislumbra o medo que indaga forte
o tremor trêdo de encarar a morte.
A idade avança e o que antes era
uma aventura, deslinda em pavor.
Caminha agora com mísera cautela
urgindo nas entranhas um vulgar tremor.
A idade vence o aventureiro moço,
que anos antes um dragão matou.
O poeta agora imerso no poço,
tem medo sim, de matar o amor.
Niterói, 26 de março de 2008.
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