Sigo invernoso pelo leito das estradas Onde dos pés proscritos, falta o chão A latitude desarranja as coordenadas Que tracei na rude concha duma mão. Não tenho arcos, facas nem espadas As minhas armas são apenas coração!
Estuga-se nos dedos finos de coral A inóspita e persistente liberdade Ruborizando verdes olhos de papel Donde brota o rio grande da saudade. Como uma tela fustigada do pincel Nasce em mim este suspiro de corcel!
Peneiro e crivo uma vida de mão cheia Acicate frívolo deste tudo que regressa, Vivi os palcos com aplausos e plateia Mas a tristeza quis entrar na minha peça Seu talento foi de todo emocional Que dela fiz, imaginem? A minha actriz principal.
As vezes o papel principal não é nosso, mas passamos pela a mesma experiência de vida. Muitas vezes estamos cumprindo com o nosso papel, e buuuum, a tristeza invade sem ser convidada.
Por vezes, nada acontece como gostariamos que fosse, mas, a " tristeza", aqui protoganizada, fez dela a sua actriz principal, tendo como palco um Excelente poema.
A tristeza existe para nos ensinar a viver com mais intensidade os momentos de alegria. E afinal de contas nós não passamos disto, somos actores no palco do mundo.