Nas falésias de mármore o
mar recua no seu ímpeto inicial
e em grandes vagas torna ao
mar aberto, quais cavalos de espuma.
Nascem redemoinhos e o mar
altera-se, passando dum azul claro
para um azul-escuro, que das
profundezas vem a ira da revolta.
No cimo das falésias de mármore
rasos arvoredos crescem juntamente
com algumas árvores anãs,
e a todo o comprimento vêem-se planícies.
Cavalos selvagens percorrem-nas
de uma a outra ponta
crinas soltas ao vento lembram a
liberdade de seu trote.
Nas falésias de mármore o vento faz casa
e uiva à noite, quando as estrelas estão
escondidas e a lua é um infante
navegando oceanos intemporais.
Os animais dispersam-se por sobre
as falésias e dão um ar sobrenatural
à paisagem marmórea
que esconde velhos ritos antepassados.
Podem-se observar milenares gravuras
inscritas no mármore destas falésias
que o mar não corrói
e o tempo faz perdurar no tempo.
Nas falésias de mármore o mar
detém-se e recua, voltando ao oceano
em ondas crescentes de ira
por não poderem nada contra as falésias.
No cimo das falésias de mármore de
tudo sou leigo observador,
efusivamente vejo as forças em confronto
donde saem vitoriosas as rochas escarpadas.
Jorge Humberto
24/04/10